top of page

A CASA DA COLINA - 1º Lugar Adolescente no XI Concurso de Contos Henrique José de Souza

  • Foto do escritor: ciavozdaterra
    ciavozdaterra
  • 27 de out. de 2024
  • 2 min de leitura

A CASA DA COLINA

Luara Nogueira dos Santos


No alto de uma colina isolada, uma casa antiga e misteriosa permanecia esquecida pelo tempo. Ela era cercada por árvores escuras e ciprestes que balançavam conforme o vento. Diziam que a casa era amaldiçoada, que ninguém que entrasse nela jamais saía o mesmo. Mas Clara não acreditava em superstições. Ela era uma jovem corajosa e curiosa, sempre em busca de aventuras para contar.


Numa tarde de outono, Clara decidiu explorar a casa. O céu estava nublado, e uma brisa fria cortava o ar. Ao subir a colina, cada passo parecia ecoar em seus ouvidos, mas ela manteve a determinação. Ao alcançar a entrada, encontrou a porta entreaberta, rangendo como se estivesse viva, a convidando a entrar.


O interior da casa era tão sombrio quanto se podia imaginar, cortinas pesadas e empoeiradas cobriam as janelas, bloqueando a pouca luz que restava do dia. O cheiro de mofo e madeira velha impregnava o ar, Clara pegou sua lanterna e começou a explorar os cômodos, passando por móveis antigos cobertos por lençóis brancos, como fantasmas adormecidos. No andar de cima, Clara ouviu um som estranho, um sussurro baixo e ininteligível, que parecia vir de trás de uma porta fechada no final do corredor. Clara sentiu um arrepio percorrer por toda sua espinha, mas sua curiosidade foi mais forte, ela caminhou lentamente até a porta, girou a maçaneta e adentrou o cômodo. Lá dentro, encontrou um quarto vazio, exceto por um espelho grande e antigo, encostado na parede.

O espelho parecia fora do lugar, como se fosse um objeto de outro tempo, Clara se aproximou e viu seu reflexo, mas algo estava errado, sua imagem não se movia como deveria. No reflexo, ela estava sorrindo, enquanto na realidade, seu rosto estava sério e confuso, assustada, Clara deu um passo para trás, mas sua imagem permaneceu lá, sorrindo de forma medonha.


De repente, o espelho começou a emitir um brilho estranho, e Clara sentiu uma força invisível puxando-a para ele, tentou resistir, mas era como se duas pernas tivessem perdido suas forças. Em um instante de desespero, ela tocou o vidro frio e, em um piscar, foi sugada para dentro. Dentro do espelho, Clara se viu presa em uma sala idêntica à que acabara de deixar, como um pesadelo, o ar era pesado e o silêncio ensurdecedor. Tentou gritar, mas nenhum som foi emitido de suas cordas vocais, do outro lado do vidro, sua imagem agora era sua própria prisão, a observando com um olhar vazio.


A casa da colina nunca mais viu Clara sair, dizem que, se alguém olhar profundamente naquele espelho, pode ver uma jovem de olhos arregalados, batendo desesperadamente no vidro, como se estivesse tentando sair. Mas ninguém ousa se aproximar o suficiente para confirmar. A lenda da casa na colina permanece via, crescendo como as sombras na floresta ao redor, esperando por mais alguém corajoso, ou tolos o bastante para se aventurar por suas portas rangentes.


 
 
 

Kommentare


bottom of page