THOMÉ, O PADROEIRO DAS COLHEITAS

Foto: cauesaothome

São Thomé das Letras é uma terra que abriga, em um berço agreste, a realização de efeitos não naturais; a intervenção de seres fantásticos e a aparição de princípios ocultos, supostamente presentes na natureza. Ritos, mitos e símbolos, são seus encantos peculiares.

Não fossem os verdes; as águas; as pedras manifestas como a marca emblemática deste lugar; o clima dúbio, entre altas e baixas temperaturas; a cidade é também a inauguradora de uma das festas mais significativas da região: A FESTA DA COLHEITA, com início em meados do século XIX, no mês de agosto. Por isso, também conhecida como “Festa de Agosto”.

Evento enriquecido com a apresentação de shows, bandas, cantos, danças, exposições, barracas, DJs, enfim, tudo o que se possa oferecer aos turistas, pesquisadores, visitantes de diferentes rincões e habitantes locais, se encontra nos dias de regozijos e folguedos desta ode à agricultura.

Foto: cauesaothome

Diz-se quanto a sua origem, que o apóstolo Thomé, teria ensinado aos índios, o preparo do terreno e a atividade do plantio, tendo sido considerado “o padroeiro das colheitas”.

O bioma que rege a cidade é o cerrado. Definindo-se como mata de formação arbórea aberta, com vegetação herbácea abundante, somada à presença das muitas cachoeiras volteadas por árvores pequenas, tortuosas, de casca grossa e suberosa. Panorama este oportuno, outorgado pela estrutura vegetal, para a concepção da FESTA DA COLHEITA.

É uma folgança divertida, outrora advinda, com maior vitalidade, da zona rural, onde proprietários ou moradores de sítios, quintas e roças, preparavam os terrenos para o plantio do milho, justamente, no final do mês de agosto. Porém, hoje, o caráter religioso, conservador e purista do festejo se perdeu, abrindo espaço para o rural e o urbano, o sagrado e o profano, o tradicional e o popular.

Foto: cauesaothome

Se quisermos estabelecer relações entre A FESTA DA COLHEITA de São Thomé das Letras e o teatro, evoquemos a deusa da agricultura, responsável pelo crescimento dos grãos plantados e pela fertilidade da terra: Deméter que, por sinal, era a mãe de Dioniso - o deus do teatro.

Esta festa imprime na alma de quem dela participa e de quem com ela convive todos os anos; no coração do homem de sensibilidade sertaneja ou cosmopolita, o gosto pela cultura são tomeense e por seu folclore inerente.

Marlene Fortuna

Cia. Voz da Terra